Durante muito tempo, ansiedade e depressão fizeram parte da minha rotina — mesmo quando eu nem sabia que era depressão. Passei anos achando que tudo aquilo era apenas preguiça, cansaço ou falta de motivação. Eu me cobrava demais, acreditava que o problema era comigo, sem perceber que estava lidando com algo muito maior.
A virada começou quando decidi voltar a me movimentar. Nada de treinos mirabolantes ou rotinas impossíveis. Eu comecei com o que tinha.
Eu tinha um aparelho de musculação simples em casa — desses que permitem trabalhar pernas, peito, costas e alguns outros movimentos básicos. Além disso, morava perto de um local onde eu podia caminhar com tranquilidade. E foi assim que montei minha rotina.
Todos os dias eu parava de comer por volta das 20h, dormia às 23h e acordava às 7h. Logo após levantar, ainda em jejum, eu saía para caminhar. Eram cerca de 20 minutos que faziam diferença não só no corpo, mas também na cabeça. Ao voltar para casa, continuava em jejum e ia direto para o meu aparelho de musculação, onde treinava de 30 a 40 minutos, de 3 a 4 vezes por semana.
Foi dessa combinação simples — caminhada, musculação moderada e o jejum intermitente que um amigo me apresentou — que eu consegui perder 11 kg. Com o tempo, minha disposição voltou. Meu humor mudou. Minha mente ficou mais leve. Eu voltei a jogar torneios master de vôlei e até peladas de futebol com os amigos.
Essa mudança significou ainda mais para mim porque, lá atrás, quando ainda era atleta das categorias de base, passei por duas cirurgias e tive algumas lesões que também ocorreram por jogar peladas de futebol. E esse, sem dúvida, foi um dos maiores erros que cometi. Eu treinava vôlei durante a semana e, quase todo fim de semana, jogava futebol como se fosse atleta das duas modalidades ao mesmo tempo. Hoje eu entendo o quanto isso prejudicou meu rendimento, minha recuperação e meu corpo. Inclusive, pretendo escrever um artigo só sobre isso: por que não se deve misturar duas modalidades de forma intensa na rotina, especialmente quando seu corpo já está exigido demais.”
Mas a vida nem sempre segue a linha que a gente gostaria. Por motivo de trabalho e problemas particulares, acabei saindo do ritmo. Perdi a constância, relaxei e voltei a ganhar peso. Isso acontece — e não é motivo para vergonha. É só parte da caminhada.
Hoje estou de volta. E, como diz aquela frase que nunca perde a força: time que está ganhando não se mexe.
Voltei ao meu método, voltei ao básico, voltei ao que funciona para mim. Devo disputar o Master de Vôlei em 2026, e já estou na fase de preparação junto a uma equipe médica, fazendo exames e ajustando tudo o que preciso.
É importante reforçar isso: buscar acompanhamento médico, fazer exames e entender como seu corpo responde é fundamental. Não apenas para ter mais performance, mas para garantir que você está caminhando na direção certa, com segurança.
Voltar nunca é fácil. Mas quando você sabe o que te faz bem, a caminhada — mesmo difícil — vale cada passo.
E eu estou nessa de novo. Com mais consciência, mais cuidado e mais determinação.
Vamos com tudo.


