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Sempre ouvi dizer que, no futebol, ou você era rápido ou era forte. Mas o que vi em anos acompanhando categorias de base e atletas profissionais me mostrou o contrário: velocidade e força não são rivais, são aliadas. O jogo atual exige jogadores que corram mais, disputem melhor os confrontos e mantenham alta intensidade por 90 minutos – e isso só é possível quando os dois elementos trabalham juntos.
Quem observa astros como Vinícius Júnior, Kylian Mbappé e até mesmo um goleador como Erling Haaland percebe que eles não são apenas velozes ou apenas fortes. Eles têm explosão, potência e resistência – e é essa combinação que os torna tão dominantes.
O Caso Haaland: O Gigante Veloz
Quando Erling Haaland chegou ao Manchester City, muitos se perguntavam como um atacante tão alto e musculoso poderia ser tão rápido. A resposta está no treinamento moderno, que une preparação física e biomecânica para desenvolver força explosiva. Ele não é apenas um “tanque” – é um atleta que acelera como um velocista e domina fisicamente como um lutador.
Isso não é sorte, nem genética pura. É trabalho. E a ciência comprova que velocidade e força estão mais conectadas do que muitos imaginam.
3 Razões Científicas Pelas Quais Velocidade e Força São Inseparáveis
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Sprint = Força Aplicada no Chão
Um estudo publicado no Journal of Strength and Conditioning Research (2021) mostrou que jogadores com maior força nos membros inferiores têm melhores tempos de aceleração. Ou seja, quanto mais potência nas pernas, mais rápido o jogador explode em um sprint. -
Resistência para Repetir Esforços
O futebol moderno tem mais ações de alta intensidade do que nunca. Segundo dados da UEFA, um atacante de elite chega a dar 40 a 50 sprints por jogo. Se ele não tiver força muscular, não consegue manter essa explosão durante toda a partida. -
Menos Lesões, Mais Consistência
Jogadores que trabalham força e velocidade em conjunto têm menos risco de lesões musculares. Um levantamento da Premier League mostrou que atletas com treino de força bem estruturado sofrem 50% menos distensões do que os que priorizam apenas resistência aeróbica.
O Exemplo de CR7: Do Jovem Magro ao Atleta Completo
Cristiano Ronaldo é o caso mais emblemático. Quando surgiu no Sporting, era um garoto rápido, mas franzino. No Manchester United e no Real Madrid, transformou-se em uma máquina de força explosiva, capaz de saltar mais alto que zagueiros e manter sprints de mais de 30 km/h mesmo após os 35 anos.
Isso não foi acaso. Seu treino sempre combinou:
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Pliometria (saltos para potência)
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Musculação funcional (agachamentos, levantamentos olímpicos)
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Treino de velocidade com resistência
O resultado? Um atleta completo, que une agilidade e poder físico como poucos.
Além de CR7: Outros Atletas Híbridos do Futebol Moderno
Essa combinação não é mais uma exceção, mas uma regra para os atletas de elite. Veja outros exemplos:
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Rafael Leão: Talvez um dos exemplos mais claros atualmente. Sua explosão em velocidade é assustadora, e sua evolução física o permite proteger a bola com força e arrancar em transições devastadoras.
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Darwin Núñez: Conhecido por sua intensidade sem tréguas, Núñez combina um físico robusto com arrancadas incansáveis pela frente, pressionando a defesa adversária a todo momento.
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Jude Bellingham: O meia-box-to-box moderno. Bellingham tem a força para disputar divididas no meio-campo e a velocidade para chegar na área e finalizar como um verdadeiro atacante.
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Virgil van Dijk: Na defesa, o princípio também se aplica. Van Dijk é um zagueiro imponente e forte nos desarmes, mas sua velocidade de recuperação é um dos seus maiores trunfos para anular atacantes rápidos.


